Nos dias atuais, a precipitação de carbonato de cálcio (CaCO3) induzida microbianamente (MICP - microbially induced calcium carbonate) é utilizada para a estabilização do solo, reparos em fissuras no concreto, vedação de fratura de óleos, biorremediação em metais e mitigação de vazamento de dióxido de carbono (CO2). Durante a precipitalção induzida microbianamente, a atividade metabólica dos microorganismos aumenta o estado de saturação local da célula bacteriana e promove a precipitação do carbonato de cálcio (CaCO3).
Com a viabilidade a longo prazo melhorada, os microorganismos podem ser utilizados para cultivar materiais de construção vivos (LBM’s) com funções biológicas estruturais. Os LBM’s necessitam de dois componentes principais: scaffold inerte (que fornece suporte estrutural para um componente vivo) e um componente vivo (que utiliza o scaffold como função estrutural e biológica).
Os microorganismos capazes de precipitar o carbonato de cálcio induzido microbianamente podem ser utilizados para cultivar materiais de construção com função auto-sustentável.
A viabilidade de Synechococcus no compósito areia-hidrogel foi, em geral, muito maior do que outros microrganismos biomineralizantes relatados em outros materiais estruturais. Otimizando as caracterísicas biológicas e estruturais dos LBM’s (temperatura, umidade e química do hidrogel) podem estender a utilizade deles para aplicações mais avançadas. Por exemplo, os microorganismos podem sentir, e responder, a produtos químicos tóxicos ou revelar danos estruturais com fluorescência.
Figura 1: (1) Os LBMs são criados pela mistura de Synechococcus sp. com células contendo cálcio meio nutricional, gel e areia. (2) LBMs podem ser regenerados exponencialmente a partir de um LBM através do uso de interruptores de temperatura e umidade. (3) LBMs ganham integridade estrutural por meio de dessecação. Após o serviço como material estrutural de suporte de carga, os LBMs podem ser reciclados como fonte agregada para novos LBMs. Fonte: (Reveran et al. 2020).
A pesquisa desenvolvida mostrada no artigo determinou que os LBM’s projetados foram capazes de mostrar uma regeneração exponencial através do uso de interruptores ambientais e precipitar o carbonato de cálcio induzido por micróbios. A cianobactéria Synechococcus, mineralizou e endureceu o gel. Em conjunto, o artigo mostrou que os resultados obtidos demonstram novas classes de LBM’s que podem ser projetados para obter múltiplas funcionalidades biológicas em materiais estruturais.
C. M. Heveran, S. L. Williams, J. Qiu, S. M. Cook, J. C. Cameron, W. V. Srubar III. Biomineralization and Successive Regeneration of Engineered Living Building Materials. Matter 2, 481–494. DOI: 10.1016/j.matt.2019.11.016