setembro 2019 - Ciência e Engenharia de Materiais

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quinta-feira, 26 de setembro de 2019

Soldagem de cerâmica com laser pulsado ultrarrápido sem a necessidade de um forno

26 setembro
Resumo: Atualmente na soldagem cerâmica, é necessário fundir o material em temperaturas elevadas, mas com um novo processo muito mais prático fazendo uso de laser, é possível faze-lo sem um custo energético elevado.
Os materiais cerâmicos atualmente são de grande interesse devido a suas múltiplas características, como biocompatibilidade, dureza e resistência a impactos, o que os fazem perfeitos para aplicações como implantes biomédicos e camadas protetoras para produtos eletrônicos, porém a tecnologia atual de soldagem de cerâmicas não permite fabricar esses dispositivos.

Para encapsular ou selar componentes eletrônicos dentro de uma cerâmica, haveria de colocar todo o material em um forno, o que terminaria queimando os eletrônicos.

Javier E. Garay, o autor principal, professor de engenharia mecânica e ciência e engenharia de materiais em U.C San Diego; Elias Penilla, o primeiro autor, pesquisador pós doutor no grupo de pesquisa também pertencente a U.C San Diego, em colaboração com Guillermo Aguilar, professor de U.C Riverside e coordenador de engenharia mecânica, conseguiram desenvolver um novo modo de soldar cerâmicas.

Concentrando lasers pulsados ultrarrápidos, se conseguiu fundir materiais cerâmicos simplesmente aquecendo a interface, causando uma fusão localizada em condições ambiente, usando uma potência de laser menor que 50 watts, o tornando em um método mais prático de soldagem cerâmica comparada aos que necessitam aquecer as peças em um forno, o que poderia encapsular materiais sensíveis a temperatura sem danifica-los. 

A combinação correta entre os parâmetros do laser (tempo de exposição, número de pulsos de laser e duração dos pulsos) e a transparência do material cerâmico, os quais foram otimizados, permitem realizar este tipo de soldagem.

Para demostrar essa teoria, os pesquisadores soldaram uma cobertura cilíndrica transparente no interior de um tubo cerâmico. Por enquanto, este método de soldagem cerâmica só foi utilizada em peças pequenas, menores de dois centímetros de tamanho. Portanto é desejável leva-lo a escalas maiores, assim como os diferentes materiais e geometrias.

Referência:
E. H. Penilla, L. F. Devia-Cruz, A. T. Wieg, P. Martinez-Torres, N. Cuando-Espitia, P. Sellappan, Y. Kodera, G. Aguilar, J. E. Garay. Ultrafast Laser Welding of CeramicsScience, 2019 DOI: 10.1126/science.aaw6699


Redação: Dennis Ordonez
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Impressão 3D de um coração humano

26 setembro
Resumo: A demanda por transplante de órgãos humanos é muito alta, o que fez cientistas como Feinberg, desenvolverem bioimpressoras 3D com o intuito de construir órgãos artificialmente para suprir essa demanda.


A partir da técnica de Embutimento Reversível de Forma Livre de Hidrogéis Suspensos (FRESH) foi possível superar os desafios da bioimpressão 3D e alcançar melhores resoluções usando materiais macios e vivos. Os órgãos do corpo humano, assim como o coração, é feito de células chamadas de matriz extracelular (extracelular matrix - ECM), onde a rede de proteínas ECM fornece a estrutura e os sinais bioquímicos que as células precisam para realizar suas funções normalmente. Porém, não foi possível reconstruir a estrutura de ECM usando métodos tradicionais de biofabricação.

De acordo com o professor de engenharia biomédica (BME) e ciência e engenharia dos materiais, Adam Feinberg, é possível imprimir pedaços de coração, como válvula cardíaca ou um pequeno ventrículo batendo. Usando os dados de ressonância magnética (MRI) de um coração humano, conseguimos reproduzir com precisão a estrutura anatômica específica do paciente e imprimir colágeno e células de coração humano.

Mais de 4000 pessoas nos Estados Unidos esperam por um transplante de coração, enquanto milhões de pessoas no mundo precisam de um coração porém, são incompatíveis com os doadores. Logo há a necessidade de se fazer órgãos artificiais para suprir essa demanda. Feinberg, membro da Bioengineered Organs Initiative, está trabalhando para resolver esses desafios criando réplicas de órgãos naturais.

O biomaterial desejável para essa aplicação é o colágeno, pois compõe cada tecido do corpo. O método de bioimpressao FRESH 3D, desenvolvido por Feinberg, permite que seja depositado colágeno camada por camada dentro de um banho de suporte de gel, dando a chance do colágeno se solidificar antes de ser retirado do banho. Com o FRESH, o gel de suporte pode ser facilmente fundido, aquecendo da temperatura ambiente até a temperatura do corpo após a conclusão da impressão. Desta forma, os pesquisadores podem remover o gel de suporte sem danificar a estrutura impressa feita de colágeno ou células.

Esse método de impressão permite com que sejam criadas estruturas de colágenos em grande escala, como órgãos. Neste tipo de impressão pode ser usados outros biomateriais também, formando outros tecidos humanos.

Podem existir várias aplicações para a impressão FRESH, que vai desde o cuidado de feridas até mesmo a construção de um órgão, e isso seria apenas uma parte de um campo promissor, com a ajuda da tecnologia. Porém, ainda é preciso anos a mais de pesquisas para melhores resultados, mas já é algo muito excitante para os pesquisadores, um projeto que está cada vez mais em progresso.

Referência:
A. Lee, A. R. Hudson, D. J. Shiwarski, J. W. Tashman, T. J. Hinton, S. Yerneni, J. M. Bliley, P. G. Campbell, A. W. Feinberg. 3D bioprinting of collagen to rebuild components of the human heartScience, 2019; 365 (6452): 482 DOI: 10.1126/science.aav9051

Redação: Nathielle Harka
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