Novas descobertas sobre o Urânio - Ciência e Engenharia de Materiais

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terça-feira, 29 de setembro de 2020

Novas descobertas sobre o Urânio

 



Resumo: O elemento Urânio, conhecido por ser um metal radioativo, foi estudado conforme seu estado de oxidação. A identificação da estrutura molecular do Urânio pode levar a compreensão de como são formados esses minerais em nanoescala. Essa descoberta pode ser usada para entender a gestão de resíduos radioativos.



Muitas pessoas conhece o urânio como combustível para usinas nucleares. E embora seja a aplicação mais comum, este elemento também é usado em outros campos, como em tintas, aparelhos médicos e armas. Cientistas do Laboratório de Microbiologia Ambiental (EML) da EPFL fizeram recentemente uma importante descoberta sobre o urânio que pode ter implicações importantes para a remediação do solo e das águas subterrâneas, bem como para o gerenciamento de resíduos radioativos. Essa pesquisa foi publicada na Nature Communications.


O urânio é um metal pesado radioativo encontrado na crosta terrestre e em pequenas concentrações na água, ar, plantas e organismos vivos. Os cientistas da EML estudaram as propriedades do urânio no meio ambiente e fizeram avanços significativos na compreensão de como ele vai de um estado de oxidação a outro, passando de um composto solúvel em água a um mineral estável.


“Geralmente no estado de oxidação +6 o urânio é solúvel e pode, portanto, se espalhar descontroladamente no meio ambiente”, diz Zezhen Pan, um cientista da EML e principal autor do estudo. “Mas no estado de oxidação +4, é menos solúvel e menos móvel. Em nossa pesquisa, fomos capazes de identificar os mecanismos em nanoescala de interação entre o urânio e as partículas de magnetita, um óxido de ferro magnético, para a transição de um estado de oxidação para o outro. Mostramos a persistência do Urânio no estado de oxidação +5, que geralmente é considerado metaestável.”


O mais interessante é que os cientistas também identificaram um fenômeno molecular que ocorre durante a transformação do estado de oxidação +6 para +4: foi descoberto a formação de novos nanofios de nanopartículas (~ 1-2 nm) que se formaram espontaneamente em cadeias. A identificação da estrutura do nanofio pode melhorar a compreensão de como os compostos radioativos se espalham em locais contaminados.


“Essas descobertas são muito promissoras porque fornecem uma visão sobre como os minerais em nanoescala se formam naturalmente por meio de interações na interface água-mineral”, disse Rizlan Bernier-Latmani, chefe do EML. “Agora temos uma melhor compreensão dos mecanismos moleculares que atuam nesse processo.”





Referência:

Sarah Perrin. Uranium reveals its true nature. EPFL, Agosto de 2020.


Redação: Nathielle Harka - UNILA

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